Justiça Sistêmica: Juíza Maria Inês Linck realiza Constelações Familiares

Matéria da jornalista Fabiana Fernandes para o Informativo Online do TRJRS (http://www.tjrs.jus.br/informativo-online/)

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Juíza Maria Inês Linck realiza Constelações Familiares na Vara de Família da Capital

Ela tem 29 anos de magistratura. Desses, 21 anos como Juíza Titular da 1ª Vara de Família da Capital. A Juíza Maria Inês Claraz Linck fez um balanço dos anos jurisdicionados na Vara de Família e suas novas leituras de presidir as sessões de audiências. Dentre as novidades está o novo layout da Sala de Audiência.

Em meados de junho deste ano, visando a humanizar suas sessões de audiência, tratou de repaginar o mobiliário e suas posições no ambiente. A estratégia foi para aproximar os diálogos executados nas audiências. Olhos nos olhos, mencionar o nome da parte, estar mais perto foi uma das diversas ferramentas que utilizou para dar andamentos nos 2500 processos físicos anterior ao ano de 2015. É a única Vara de Família, entre as cinco existentes, que permanece com processos físicos.

A mudança resultou em dados positivos. Atualmente 500 processos foram já solucionados. Sua forma de diálogo é fruto do seu perfil de jurisdicionar, como também, nos conhecimentos adquiridos em cursos de formação, workshops e atendimentos de Constelações Familiares.  A soma disso, proporcionou mais confiança na solução das tratativas processuais, bem como as partes sentirem-se menos armadas.

Onde tudo começou

Foi através dos seus conhecimentos e aprendizados que passou a presidir, com um novo olhar, suas audiências junto ao Projeto Justiça Sistêmica: Resolução de conflitos à luz das constelações familiares. O projeto – que celebra 3 anos – foi elaborado pelo Poder Judiciário com metas de solucionar conflitos junto a tratamentos terapêuticos da família.        Na técnica, todos os integrantes da família, passam a se ver como um elemento importante para as relações interpessoais. Perguntada sobre as técnicas de Bert Hellinger, Maria Inces explica: “Os meus estudos foram para conhecer mais as teorias e também os consteladores diversos desta linha. Minha ideia sempre foi de não constelar, mas sim, de buscar uma qualificação e conhecimento aqui na minha jurisdição. É um exercício diário de entrega e autoconhecimento”, pondera.

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Mudança física na disposição da sala de audiências resultou em aproximação com as partes
Foto: Fabiana Fernandes

As Constelações nas audiências da 1º Vara de Família, deste ano, foram celebradas com resultados importantes para casos até então difíceis de solucionar. Todas as sessões são presididas pela magistrada e conduzidas pela Psicóloga Cristiane Pan Nys. E conclui: “Por estar há muito tempo na magistratura e, em especial, na área de Família, a constelação me fez mudar muita coisa em minha jurisdição. Porque a gente começa e repensar uma série de coisas, como abordar as pessoas, identificando alguma coisa ou algo mais para poder avaliar. Essa maneira de tentar mostrar – assim como a gente espera que as partes tenham uma mudança de posicionamento e postura também é sentida por mim. A gente começa a aprender abordar melhor e vê que sistematizando dá mais certo”, explica Maria Inês Linck.

As matérias jurisdicionadas pela magistrada abordam divórcio, estado de dissolução, partilha de bens, alimentos, guarda de filhos entre outros. Comunica que no ano de 2019 houve um remanejo grande nas Varas de Família junto as adaptações do eproc.

No entanto, os processos anteriores a 2015 permaneceram físicos e foram remetidos somente para a 1ª Vara de Família. “Eu fiquei com esses processos mais antigos e de difíceis acordos. São processos que possuem, em média, mais de oito anos tramitando. E com essa mudança que fiz na minha sala de audiência resultou num bom andamento de soluções”, explica.

O conhecimento, mais a forma de dialogar com as partes – num ambiente mais humanizado – foi sentido por todos trazendo grandes frutos na Vara de Família.  Dentre as transformações físicas de espaço e mobiliário ainda há a forma de conversar com as partes dos processos com intuito de atingir a causa do problema.

“Olhar nos olhos, chamar pelo nome aproxima e desarma quem já chega na sala de audiência tensionado frente ao litígio. O novo layout mexeu com as pessoas. Elas chegam olhando as mudanças e eu já falo: – Nós estamos com todos os processos antigos,  temos que fazer a vida andar! Ninguém merece ficar mais de dez anos litigando. Então vamos ver o que nós podemos solucionar. Vamos sentar assim,  e por aí vai. O bom é ver que deu certo e estamos resolvendo esses conflitos ajuizados”, finaliza sorrindo.

Constelações

Cerca de 70 pessoas participaram da última Constelação Familiar, na tarde do dia 13/12, do Projeto Justiça Sistêmica. A sessão aconteceu no auditório do 23° andar do Foro Central II e foi presidida pela Juíza da 1ª Vara de Família de Porto Alegre, Maria Inês Claraz Linck, junto com a Consteladora e Psicóloga Cristiane Pan Nys.  Realizaram quatro constelações com temas voltados à guarda, alimentos, convivência, bens e prestação de contas.

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